Em 1915, regressa à Índia, já não de fato
e gravata, mas com o fato tradicional indiano, como se procurasse uma
identidade profunda, que sabe só ali existir, quer ser como todos os outros. A
sua chegada é um sucesso; é aclamado como um herói nacional (conhecem a sua
luta e o que conseguiu), é recebido pelos poderes indianos que se opõem aos
britânicos.
Percorre a Índia de comboio, quer
conhecer, saber, sentir...; a pobreza é geral e impactante, está com a mulher e
com Charlie, o pastor evangélico que o segue e se identifica com a luta dos
indianos, ao ponto de se misturar com os hindus. Naquele comboio, a religião
não divide as pessoas, não as coloca numa situação de estranheza. Alguém lhe
pergunta: “É cristão?” “Sim, sou cristão”. Ainda assim, Gandhi faz-lhe ver que:
“o que deve ser feito, só deve ser feito por indianos”; o jovem compreende e
afasta-se.
Gandhi fala com o povo; escuta o
homem obrigado a cultivar “indigo”, uma planta para fabricar tinta para tingir
os tecidos fabricados em fábricas de cidades inglesas. Os indianos não podem
cultivar o que querem; cultivam apenas o que os britânicos querem, o que lhes
dá lucro e sustenta uma economia colonial, onde os beneficiados são sempre os
mesmos. Cultivam algodão e outras fibras vegetais que são transformadas em
tecidos e em roupas, em fábricas de cidades britânicas e vendidas depois aos
indianos.
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