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sexta-feira, 6 de julho de 2018

O outro - convocando Lévinas


 Acabo de me encontrar com o João que sorri e me diz:
 - Bom dia. 
A partir desse momento, cabe-me responder ao cumprimento ou nada fazer.
Decido cumprimentar:
- Bom dia João, então, que tal? Como estás?
Aqui, estamos: eu e o João, face a face, em diálogo, numa proximidade desinteressada, sem esperar nada em troca. 
Quem são o João, o Paulo, a Sofia, a Joana… toda a multiplicidade de seres humanos? São pessoas singulares, distintas entre si, diferentes, radicalmente separadas de mim, que nenhum conceito pode definir.
Não há saberes, da antropologia, da filosofia, da sociologia, da religião…, para definirem os seres humanos, na sua relação face a face, porque o que neles é fundamental escapa à percepção é à racionalização que possamos fazer. O encontro com o outro, seja quem for, é sempre uma novidade, uma surpresa, um dizer que se torna presente na manifestação do rosto; não do rosto físico, material, que poderíamos descrever, mas do rosto transcendente,  vindo de um não lugar, de um infinito, de que só o próprio pode falar.