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sábado, 28 de setembro de 2024

Já estive na América” - diz-me a senhora

Cheguei muito cedo à estação do porto do Pico. Queria apanhar o primeiro barco do dia. A sala de espera estava deserta; passado algum tempo, chegou uma senhora com mais de meia cesta de ovos, empilhados uns em cima dos outros, como antigamente se fazia. - Vai ao médico – pergunta-me? Percebi que eu podia ser dali. Na verdade, nesta ilha, a pronuncia não é acentuada. - Não, estou a passear, vou passar o dia ao Faial. -Ah! Não é daqui! Achei estranho, não a ter visto antes. - Sou da Guarda, não longe da serra da Estrela, a segunda montanha mais alta de Portugal, a seguir ao Pico. - Nunca fui ao continente. Mas já estive na América, tenho dois filhos na América. Não refere a cidade, nem o Estado, diz na América, como se se tratasse duma coisa única, duma identidade. E tem razão, quando um acoriano fala da "América, ficamos a saber tudo. Sabemos do que fala! O porto da Madalena, na ilha do Pico

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