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terça-feira, 23 de junho de 2020

A escravatura (2)


Narrador: Sofrem até ao limite das suas forças, no corpo e na alma, caem inconscientes, irremediavelmente estropiados e muitas vezes mortos.
Feitor: - "Era um escravo forte, bom para o trabalho.
Senhor: - Tanto dinheiro que dei por ele"!
Feitor: Calados! Ninguém fala!
Narrador: O silêncio imposto aos que assistem não pode ser mais perturbador, ainda que os olhos, rasos de água, denunciem a tristeza e a raiva que os consomem por dentro.
Mas, nenhum destes homens deixou de sentir ou de pensar, nenhum deixou de ser gente, e alguns são fortes, muito fortes –
João - Há alturas em que uma pessoa não pode mais continuar de cabeça baixa, vamos reunir-nos, combinar, planear fuga. Lá fora, estão os quilombos.
Narrador: - Lá fora, está a liberdade, sempre sonhada mas quase nunca possível, por perto há sempre um capitão do mato, de arma ao ombro, pronta a disparar. Sabem que só com ajuda sairão dali.
Quem poderá ajudá-los? Talvez alguns negros já libertados, talvez algum abolicionista. Esperam. Resistem.
A carta de alforria, 


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