O fundamentalismo islâmico que
está a recrudescer de forma tão violenta e tão inusitada (quem é que estava à
espera de uma coisa assim? Talvez os mais avisados sobre estas questões, mas
não o comum das pessoas) coloca, obviamente, muitas críticas e muitas
perplexidades:
- Por que é que estamos a
assistir a isto, depois de tanta racionalidade, de tantos universais
reconhecidos (Declaração Universal dos Direitos Humanos, Tratados Internacionais,
Protocolos adicionais…)?
Haverá muitas perspectivas de
análise, mas, desde logo, é possível dizer que esses grupos extremistas não
reconhecem nem os direitos humanos, nem o direito internacional…, radicalizam
tudo na religião que não questionam.
- Por que é que islâmicos
moderados aderem à ideologia extremista e passam a carrascos dos próprios
vizinhos e conhecidos, com quem até há pouco dividiam um quotidiano pacífico?
Na verdade, passar de moderado a
extremista é a mesma lógica, se radicalizamos numa ideologia, só isso
interessa.
- De onde lhes vem o dinheiro
para se armarem até ao ponto a que estamos a assistir?
Não se sabe, haverá meandros
subterrâneos, mas uma coisa é certa ou a diplomacia internacional arranja
maneira de não confundir interesses com valores e traça linhas vermelhas claras
ou o trágico a que assistimos perdurará por muito tempo.
- O que leva jovens que não
nasceram nessas culturas, nessas tradições, a converterem-se a elas e a serem
tanto ou até mais extremistas que os outros?
A adesão de jovens ocidentais
mostra, por um lado, a ausência de convicções próprias, não colocam nada em
confronto, aderem de forma não reflectida, não mediada; por outro, mostra que
há falhas nos sistemas educativos das sociedades em que vivem e supostamente
foram educados, não estão preparados para pensar pela própria cabeça.
Um dos grandes desígnios da
educação, em geral, tem de ser o de dar ferramentas para aprendermos a viver
com os outros num mundo global. Claro que se pode dizer que nem tudo cabe à
escola. Certamente, mas cada um faça o que tem de fazer.
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