É um drama humano, no
limite do suportável: uma mãe doente, cancerosa, muito religiosa (de resto, a
paróquia é um apoio), que sabe que vai morrer muito proximamente e que procura
um futuro para os filhos, que vê possível, entregando-os a famílias com
possibilidades. Entrega um, dois, três, quatro…, mas há uma criança (ou talvez
mais) deficiente que não é adoptada e acaba numa instituição.
Deixa com a filha
mais velha as direcções de todos os irmãos, na esperança de que não se percam
uns dos outros.
Já na fase terminal,
resiste a tomar uma certa medicação que lhe alivia as dores mas a torna
inconsciente, alheada, incapaz de continuar a lutar pelos filhos.
Não recordo a figura
nem o papel do marido, estaria ausente do filme, seria a senhora viúva?
Não sei, vi-o há
muitos anos, e se o recordo hoje, é porque acabo de me cruzar com uma heroína
semelhante à do filme, também em fase terminal, e que literalmente me
reproduziu a frase: “o que será dos meus filhos”. Fico sem articular palavra,
parece-me ouvir um coro de mães: “o que será dos meus filhos”. Haverá lá dor
maior!
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