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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry (1)

O Principezinho não entende as situações do mundo dos adultos. Vive-as a partir de si próprio: observa, questiona, escolhe e pronuncia-se. Vê tudo pelos olhos puros da criança que é. Diverte-se, sorri, proclama a sua poesia, a beleza das pessoas e das coisas, fala da ilusão que necessitamos e que não conseguimos, por excesso de sensatez e de racionalidade, pondo em causa valores, mensagens e comportamentos.

Para ele as pessoas maiores, tão racionais e sensatas, são incapazes de compreender aquilo que só, na poesia tem razão de ser. É isso que as crianças fazem normalmente e de forma natural: deixam a emoção comandar a sua vida e a suas relações com os outros e com as coisas.

Dedica o livro a uma pessoa grande: “É meu amigo, é capaz de perceber tudo, mesmo livros para crianças. Essa pessoa mora em França e em França passa fome e frio (era  na altura da II Guerra Mundial). Gostava de dedicar este livro à criança que essa pessoa grande já foi, porque todas as pessoas grandes já foram crianças. Há é poucas que se lembram disso.”

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Brasil, prestes a eleger um ditador

O Brasil está prestes a eleger um ditador, Jair Bolsonaro. O que vai acontecer ninguém sabe, mas pressente-se o pior.  Como é que 50 milhões de pessoas votaram neste senhor? Parece incompreensível.
Dizem que muitos votos são de reação ao PT. Mas, na primeira volta havia outras alternativas, assistimos ao desmoronar dos partidos liberais do centro político. A sociedade radicalizou à esquerda e à direita. 
Bolsonaro fala de ordem, segurança, e pelos vistos esta é a primeira preocupação do povo brasileiro e com razão, sem segurança, todas as liberdades e todos os direitos ficam comprometidos. O pior que fala também  contra as minorias, as mulheres, os homossexuais, os negros, os pobres..., pondo em causa direitos básicos e anunciando soluções não democráticas . 

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Ronaldo e a americana violada

Li o artigo do Der Spiegel; parece já claro que houve, em Las Vegas, uma violação. Ronaldo violou aquela mulher, Kathryn Mayorga. Podem arranjar argumentos para muito do que se passou, mas não para isto. Espero que não haja acordo extrajudicial, que o caso vá a tribunal e que a verdade se saiba até ao final. A sobranceria que muitas vezes Ronaldo exibe, não é uma invenção e podemos ter sobre isso diferentes opiniões. Mas, aqui, trata-se de um crime, não há opiniões, há factos.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Nobel da Paz


Este ano o Prémio Nobel da Paz foi atribuído a duas pessoas que denunciaram a violência sexual sofrida pelas mulheres nos conflitos armados.
Nadia Murad é uma jovem yazidi, nascida no Curdistão iraquiano, que sofreu na pele a violência do estado islâmico; viu a sua aldeia destruída, grande parte da sua família morrer, enquanto era levada para ser escrava sexual. Ao fim de três meses, conseguiu libertar-se, vive agora na Alemanha. Escreveu um livro, falou nas Nações Unidas e viajou por diferentes países dando conta das atrocidades que viveu.
O médico, Denis Mukwege, é congolês, construiu um hospital para atender as meninas, as jovens e as mulheres que, após brutais violações, chegam até si em situação física e moral de grande sofrimento.  Há relatos pungentes. Fez da sua vida a causa destas mulheres, tratando-as e denunciando a barbárie.
Agora, não podemos dizer que não sabemos do que se passa. Ainda bem que este prémio lhes foi atribuído, é um enorme ganho para a causa destes dois seres humanos.


segunda-feira, 1 de outubro de 2018

A assembleia Geral das Nações Unidas

Decorreu, em Nova Iorque, a 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas, composta por 193 Estados-membros. Aí se apresentaram e discutiram aspetos importantes para a vida dos povos, desde logo, as questões da paz, do desenvolvimento, dos direitos humanos, dos pactos internacionais, das alterações climáticas, dos perigos do ciberespaço…. 
Discutiu-se também a necessidade de reformar a própria organização, com particular atenção ao Conselho de Segurança que se tem mostrado incapaz de aprovar, em tempo útil, resoluções, tanto na prevenção de conflitos, como na ajuda humanitária de emergência ou na manutenção da paz. Há sempre algum dos cinco países membros permanentes a vetar, por interesses nacionais ou regionais, a pronta e eficaz intervenção da ONU.

domingo, 23 de setembro de 2018

Palmas para Joana Marques Vidal

Já  aqui elogiei, por mais de uma vez, o trabalho da Procuradora Geral da República que vai cessar funções. Julgo que  o trabalho dela é inquestionável, mesmo para leigos; os poderosos que ela e o ministério público investigaram não tem qualquer paralelo com o que se passava antes. Esta Procuradora Geral foi capaz de fazer o que nenhum Procurador Geral tinha feito antes,  porque mostrou competência, isenção e sentido do dever (prefiro à palavra coragem).
Por tudo  isto, Joana Marques Vidal devia ter sido convidada para um segundo mandato na Procuradoria.
Não foi,  e muito estranho o comportamento do Presidente da República: então o interesse do país não justificava que pusesse em causa aquele argumento do mandato único e longo que diz ter há mais de vinte anos?  Quando é preciso e há razões para isso temos de mudar de ideias. Também sou  a favor da limitação de mandatos, não quero gente insubstituível  nos cargos, mas, convenhamos,  o país merecia que a Procuradora continuasse o seu trabalho.


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

As desigualdades de género no trabalho


Foi ontem anunciado que no Circuito Mundial do Surf em 2019 os prémios de homens e mulheres terão o mesmo valor monetário. Ainda bem que tal vai suceder.
As desigualdades entre mulheres e homens no mundo do trabalho são vastas. Sabe-se que há mais mulheres nas universidades e, no geral, com melhores desempenhos escolares, mas, depois, não acedem, em grande número, a cargos de topo.
Têm uma taxa de emprego mais baixa, ganham muitas vezes menos que os homens, mesmo que desempenhem os mesmos trabalhos, e ficam desempregados durante mais tempo; alguns grupos de mulheres, como as imigrantes ou as portadoras de deficiência, têm, ainda, dificuldades acrescidas.

As mulheres trabalham mais em part-time que os homens, porque assumem responsabilidades familiares, como cuidar das crianças e dos idosos. São, ainda, maioritariamente, empregadas nas profissões que sempre desempenharam, ligadas ao secretariado e às áreas da educação e da saúde.